O PAR IDEAL
Leonhard Thoma
Ora, Meike e Torsten, este casal....simplesmente ideal! Sim, isso ainda existe. Que bonito!
Os seus passatempos, os seus interesses... quase iguais. Ambos gostam de viajar, ambos são amantes da natureza, e ambos gostam de sair: ir ao cinema, a um concerto, ao restaurante.
Ele gosta de comida italiana, ela também. Ambos interessam-se por arte moderna. Ela gosta de Picasso. Ele também. Tanto em comum!
Simplesmente perfeito!
Claro que também existem diferenças. Mas isso não faz mal. Isso é absolutamente normal.
Ela adora o Woody Allen. Ele acha-o um pouco neurótico. E então? Ele pode muito bem ver um filme do Woody Allen de quando em vez. É claro!
Ele gosta de policiais. Ela não gosta muito. Mas existem policiais inteligentes, isso também é verdade.
É tudo uma questão de tolerância. Estas diferenças não são um problema, pelo contrário: assim, há sempre um tema para uma boa conversa, uma discussão interessante.
Também em relação à profissão é assim: Ele é professor do secundário e tem sempre histórias engraçadas para contar. Ela é jornalista e conhece, frequentemente, personalidades interessantes e importantes da política, do desporto e da cultura.
Algumas diferenças são até complementares. Ele chega cedo a casa e gosta de cozinhar. Ela chega mais tarde e gosta de limpar a casa. Mas ela detesta passar a ferro e ele acha que passar a ferro é divertido. Fantástico, não é?
Nenhum dos dois tem tempo para limpar a casa, mas sempre podem chamar uma empregada doméstica. É muito simples!
Mesmo nos seus pontos fortes, complementam-se muito bem. Ela é um às na informática, ele é um principiante no que toca a computadores. Mas ele consegue montar estantes e reparar bicicletas, enquanto ela não tem jeito nenhum para isso. Enfim, são como Yin e Yang estes dois!
Eles até pensam em sintonia, é quase telepatia. Ela está muitas vezes ao volante e pensa: “de certeza que ele está algures à minha espera”. E ele está deitado nesse mesmo instante no sofá da sala e pergunta-se: “quando é que ela chega?”
Claro que também existem outras diferenças. Não tão complementares, mas que também não são um problema. Cada um tem as suas liberdades e é bom que assim seja.
Às segundas, ele joga voleibol com os seus colegas, ela vai ao Yoga. Às quartas, ela encontra-se muitas vezes com as amigas, ele fica em casa a ler ou a ver televisão.
No centro comercial, ela vai logo para as lojas de roupa e ele para os livros.
Ela gosta de sapatarias, mas estas enervam-no. Mas ela pode bem comprar os sapatos sozinha.
Às vezes, ao fim de semana, ela visita a mãe; ele visita os pais. Mas vão ambos muitas vezes para a montanha: no verão fazem caminhada, no inverno vão esquiar. Mas que harmonia, não é verdade?
Absolutamente ideal!
E ainda há mais semelhanças... o quê? Ainda mais?
Ora bem, ambos vivem em Munique e ambos são solteiros.
Não se conhecem.
Que pena!